Organização Cultural de Defesa da Cidadania - Entidade Apartidária

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer um mito.

Oscar Niemeyer: uma legenda comunista para a história. O mundo das artes e a cultura do trabalho perderam o legendário arquiteto e comunista Oscar Niemeyer. Figura da maior grandeza, que marcou o século XX com a sua arte e ciência, mas também com as ideias pelas quais lutava com convicção. O arquiteto comunista, com seus traços, colocou o Brasil na modernidade do mundo. Sua obra marcou a arquitetura na Europa, na África, na Ásia, no Líbano e na América. Sua genialidade se espalhou pelo Brasil em obras que refletiam as curvas, a luz e a suavidade da liberdade no traço do concreto que era erguido pelos trabalhadores, em prol dos quais lutou por toda uma vida. Ao projetar Brasília, Niemeyer afirmava que não bastava criar uma cidade, era preciso mudar o sistema que apartava os trabalhadores de sua obra. Mas o homem, militante comunista, tinha a estatura de sua obra. Entrou para o nosso Partido em 1945, lutou contra a repressão da ditadura militar, sendo desterrado para a França. Lá militou no Partido dos fuzilados, dos que heroicamente resistiram ao nazismo, o histórico Partido Comunista Francês, sendo o construtor da sede daqueles comunistas. Sempre esteve ao lado do progresso da humanidade. Apoiou a revolução bolchevique e o Estado operário na URSS, sempre esteve ao lado de Cuba socialista, e quando a revolução democrática e socialista venceu a opressão na Argélia, para lá foi o militante comunista brasileiro, construir universidades e prédios para atender aos interesses dos trabalhadores. Niemeyer esteve ao lado de gigantes do século XX: foi amigo dos comunistas Fidel Castro, Pablo Neruda, Luiz Carlos Prestes, Jorge Amado, Jean-Paul Sartre e José Saramago. Apoiou todas as lutas dos trabalhadores em seu tempo, militante sempre solidário, altivo e disposto a lutar pelo socialismo. Quando o nosso Partido foi atacado pelo liquidacionismo, no IX congresso em 1991, lá estava ele, no plenário do auditório da UERJ para dizer: “Enquanto houver miséria e opressão, ser comunista é a nossa decisão”. Após a ruptura com os liquidacionistas, que viraram as costas para a história, em 1992, Oscar Niemeyer foi eleito o presidente de honra do PCB. Sua luta, sua história, seu compromisso com o marxismo e o socialismo, assim como a sua arte e ciência marcaram indelevelmente a memória do tempo presente. Camarada Oscar Niemeyer, presente! Rio, 06 de dezembro de 2012. Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

debate entre candidatos a vereadores no Butantã


Realizou-se ontem, dia 5 de setembro 2012, mais um evento patrocinado por entidades co-ligadas a Rede Butantã (RB)
  1. Parabens aos que carregaram o piano e permitiram que este debate viesse se inserir no calendario político de nossa região.Está claro que é a soma das forças e competencias que permite à RB ser porta-voz de todos e, mais importante ainda, ser ouvida! Apresentar aos candidatos uma espécie de " état des lieux" (situação) com a Carta aos Candidatas trabalhada pela RB e aprovada pela maioria.
  2. Falta acompanhar com debates periodicos convidando os vereadores a vir prestar contas de suas performance, sejam boas ou não.
  3. Ali, ontem, partidos importantes tiveram que dividir o espaço com partidos menores (sem ser menos importantes). A pluralidade do pensamento pode levar a conquista de um sonho maior, coletivo e de interesse público: a plena democracia que só existe qdo a liberdade de expressão faz parte das regras e respeitada por todos. Como foi ontem.
  4. Com a realização do debate, o papel da cidadania saiu fortalecido com uma mesa e plateia ouvindo todos, sem vaias nem manifestações hostis. Ganham as entidades e as pessoas que se engajaram para fortalecer a RB.e lutar por melhorias em todos os setores onde a qualidade de vida é desrespeitada. Ganham os partidos que passam a ser ouvidos antes de cobrados. Ganha a política como um todo ao dar espaço ao surgimento de novas lideranças dispostas a excercer uma cidadania participativa por excelencia!
Devemos agradecimentos especiais a quem acolheu e permitiu a concretização desta demanda do Butantã, isto é Padre Darcy e a Igreja Na. Sra. de Fátima.

Parabéns portanto, Martha, Renato, Roldão, Cacildo e todos que não são citados aqui, mas são elos importantes desta teia que é a RB.

Em nome da OCDC, Organização Cultural de Defesa da Cidadania e do Jornal Gazeta Cidadã.

Toufic Attar
PS: nesta corrente humana cabe mais gente. Venha fortalecer esta construção com sua presença e partcipação. Existem alternativas, precisa de gente para defendê-las!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

FIFA, CBF E CIA ou como funcionam as coisas nessas esferas.

O J. Havelange foi presidente da FIFA na época dos fatos. Seu vice estava ansioso por assumir seu lugar pois o seu rival e parceiro parecia eterno no cargo. Como foi R. Teixeira por aqui. O Sr. Blatter assumiu e, décadas depois, aguardou o estouro do escândalo que sacudiu a opinião pública para anunciar novos tempos: isto em 2012! Nestes termos.

“Novo código de conduta da Fifa promete ser rigoroso contra a corrupção”

Madri, 26 abr (EFE).- A Fifa anunciou nesta quinta-feira que apresentará seu novo código de conduta no Congresso da entidade, que acontecerá em Budapeste, na Hungria, nos dias 24 e 25 de maio, com texto que rejeita e condena toda forma de suborno e corrupção ligadas ao futebol.
O regimento terá que ser cumprido por todos os países membros da Fifa e é composto do onze princípios. Além do combate as fraudes, o documento também reafirma o desejo da entidade "desempenhar um papel pioneiro na luta contra as drogas e o doping no esporte".
Outro ponto de destaque do novo código de conduta é a intolerância contra discriminação por qualquer motivo, além não aceitar nenhuma forma de assédio moral ou físico.
O Fair Play, o esporte aliado a responsabilidade social e o meio-ambiente, são outros dos princípios que estarão no documento. Com as mudanças, o objetivo da Fifa é cobrar clubes e entidades a "manter a transparência e cumprir suas obrigações através de controles internos necessários".

Nao é irónico falar de Fair-Play depois de tudo isto? E ainda mantendo sob sigilo as verdadeiras conclusões, inteiras, sem censura, do processo! Graças ao processo parece que despertaram sobre a necessidade de trazer de volta o Fair-Play nos bastidores do futebol. Que bom! 
O verdadeiro papel do Blatter ficou em zonas de sombra enquanto os advogados da defesa (do Havelange e Teixeira) apresentaram argumentos tipo “não há nada de repreensível na atitude deles pois nos países de origem é assim mesmo"! E nos países dos coadjuvantes como é? Inclusive na Suíça onde, recentemente, um clube local de futebol dominou o noticiário local?

Ao aceitar acertos de contas como pagamentos de multa para chegar a um acordo entre as partes, o processo deixou de especificar se tais atos eram corrupção ou algo bem próximo a ela. A menos que fez e esta parte ficou engavetada procurando salvar outros personagens importantes.

Não obstante, tais argumentos usados na corte suiça, destoam completamente das mensagens de tolerância e de harmonia entre povos e nações lidas em campos de futebol. Pior ainda, ao assumir a presidência (não é de ontem que o Havelange se afastou da presidencia sem perder suas influencias) deixou de providenciar uma auditoria salutar nas contas da entidade.

Usar a justiça suiça para diferenciar suíços e europeus de outros, não-europeus, para amenizar mesmos crimes, é algo que deveria ser verificado por quem defende uma justiça republicana justa e democrática na Suiça mesmo e na U.E. onde escandalos de percas fabulosas de grana parecem ter relação estreita com a fenomenal crise economica pelo mundo. Não caberia á justiça dizer quem é  quem, o que fez e qual seu papel, corrupto ou corruptor, ou até inocente? Doe a quem doer! Com a crise mundial em busca de novos parametros de transparencia total é preciso acabar com zonas de sombra de quem ainda detém poder na FIFA ou qualquer outra entidade deste gabarito.
É curioso ver como a FIFA aceitou manter o Sr. Blatter apesar de tudo ao mesmo que o Havelange perdia seu podium e o Teixeira saía rapidamente pelas portas do fundo da CBF. A tempo de poder receber, oficilamente, com todas as honras do cargo, o Sr. Blatter no Planalto! Essas zonas de sombra ainda blindam certos personagens! 
O mais elementar nos países democráticos é renunciar ao cargo enquanto não inocentam o sujeito metido em encrencas.
Há ainda outros fatos a realçar : a FIFA perdoou e não exigiu a restituição de um dinheiro que aparentemente não lhe faz falta! Deixando entender que não foi roubo nem desvio de caixa. Apenas jeitinhos toleráveis! Deixando os dois compadres com uma bolada nada desprezível e que permite vida de nababos....pelos preciosos serviços prestados a FIFA e Cia!
Assim, seria elementar agradecer a justiça suiça por ter permitido revelar as conclusoes do processo, ainda que em partes. É de esperar que um belo dia o restante virá a tona se certas linguas, até agora amarradas, começam a se soltar. Quem sabe o teor das surpresas ali escondidas?
Tpdo caso, em vista de tudo que este processo deixa pendente, é tempo que os amantes do futebol passem a exigir menos complacencia com quem usa seus poderes para manipular, em benéficio próprio, os bastidores do futebol. É a CBF, como fica com tudo isto?
Para a saúde da futura Copa no Brasil (e das finanças resultantes) seria preciso que a própria Justiça brasileira mostre sua verdadeira independencia e ajude a sanear o ambiente. Quem sabe se com isto teriamos de volta, pelo mundo, o futebol arte a mandar mais que o futebol que fala em bilhetes verdes! Que o espetáculo continue......




quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Desdobramentos do processo na Suiça

Quero primeiro apresentar minhas desculpas por eventuais erros, seja de digitação, seja da maneira de expor certas reflexões. Me perdoem e me corrigem por favor. Quero deixar claro que repudio, de antemão, toda tentativa de ver nas reflexões do autor preconceitos ou incitação a descriminação racial. Pelo contrário, é o valor humano que prevalece qq que seja a situação. Para poder criticar, ou mesmo aplaudir, é preciso poder mergulhar no significado dos casos e dos eventos que suscitam nossa reação. A construção de um Brasil maior, socialmente falando, capaz de combater as mazelas sociais, é o pano de fundo. Entao ao abordar-mos assuntos que nem de hoje é preciso entender que a História pode prestar preciosos serviços para quem dela consegue tirar boas lições. Mergulho fundo neste Processo na Suiça reagindo a afrimação dos advogados da defesa que " é assim por lá, nos países de origem" como p/ justificar que atos de corrupção e jeitinhos podem perpetuar uma impunidade mãe de muitos males que corroem as vidas sociais no Brasil e mundo afora. Até desembocar em crises atípicas onde poucos sabem a solução.
FIFA, JUSTIÇA SUIÇA E O BRASIL.


 FIFA, JUSTIÇA SUIÇA E O BRASIL.


Vamos deixar em aberto outros aspectos que merecem reflexões.

Falar do hábito dos latino-americanos, entre os quais dois brasileiros que, por decisão da justiça suíça tiveram seus nomes liberados. Mantendo sob sigilo todos os outros. Particularmente esses que não tiveram nenhuma participação mesmo com altos cargos (dos quais um vice-presidente bem suíço) na própria FIFA. Assim o Sr. Blatter saiu todo orgulhoso por sua inocência assim provada! Como para confirmar a validade dos argumentos dos advogados da defesa dos réus que invocaram “ costumes locais” como já dissemos anteriormente.

Fazer dos costumes locais justificativas para atos que atos que só foram tolerados mediante acordo bilionário (os danos foram evidentemente muito maiores) é abrir um grave precedente quanto aos costumes que acabam se tornando traços culturais. Assim, se no Brasil a corrupção ganhou um caráter endêmico, a Suiça não está por fora de graves ataques naquilo que ela tem de mais profundamente enraizado e mundial: o segredo bancário! Asilo e abrigo seguro daquilo que fez a prosperidade dos bancos suíços e. porque não, já que isto gera emprego, de muitos suíços!

Eis que este sacro-santo segredo bancário esteve nos bancos dos réus, com os maiores bancos suíços nele envolvidos, atacados pelo nada menos feroz adversário: o fisco norte-americano que agiu sob determinação da administração Obama autorizando retaliações contra funcionários desses bancos que acobertaram transações ilegais nos Estados-Unidos. Exigência máxima e inabalável: a quebra do sigilo bancário das fortunas ali refugiadas ilegalmente e a relação de quem ali remeteu acima de certo montante! Os bancos suíços, logicamente, tentaram reagir. Mas, a justiça suíça acabou cedendo diante das claras ameaças quanto as conseqüências do acobertamento: tais bancos seriam proibidos de operar nos USA! A Suíça cedeu!
Bem que poderiam invocar que esses funcionários agiam de acordo com os costumes locais!
O fisco alemão seguiu o exemplo, chegando a um acordo com a Suiça, obrigando fortunas alemãs ali refugiadas, a pagar multas p/ poder normalizar sua situação. Evidentemente o efeito dominó vai continuar pela U.E. na medida que a crise de cada país vai exigir rigor com fortunas que escaparam por baixo dos panos dos países de origem. De qualquer modo, um costume local, princípio de vida até, está sendo questionado abertamente! Até quando vai perdurar esta situação de acolher fortunas sem origens conhecidas, transparentes?
Eis como alegações de advogados de defesa permitem fazer ligações naturais entre o mundo econômico e as demais esferas econômicas onde circula uma grana fabulosa de valor desconhecido. Porém, em tempos de tempestades e secas na área financeira internacional, o que não se inventa para buscar somas altas que viriam amenizar crises locais! Bem que o fisco brasileiro poderia cuidar da repatriação das fortunas levantadas ao longo do processo na Suíça!
Não dá p/ entender porque a FIFA perdoou e não quis de volta sua grana. Lembrando que não é tão pouca nem nada desprezível. O fisco brasileiro como vai se comportar? O precedente aberto pelos dois exemplos acima, afinal USA e Alemanha, as duas locomotivas do mundo moderno, poderia incitar nosso governo a repatriar somas que seriam muito bem vindas em épocas de combate a miséria e a desigualdade social.
Continuação na sexta feira ou sábado. Obrigado por partilhar estas notas.



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

FIFA, CBF e Cia. Porque o processo na Suiça é tão importante?

Nesta quarta-feira, o Tribunal Federal da Suíça divulgou que os nomes dos acusados por suborno no caso Fifa/ISL seriam revelados. Desde 2010, Teixeira e Havelange tentantavam manter a decisão em sigilo.

Fifa se diz satisfeita com divulgação de documentos que incriminam Teixeira e Havelange

Entre estas e outras decisoes da FIFA, surgiram fatos constrangedores (apontar os estrangeiros e esconder os não-estrangeiros e coadjuvantes de qq nacionalidade seja) tornando o assunto digno de interesse e de reflexões que este blog permitiu apresentar em nome da liberdade de expressão e de pensamento. A cada dia da semana serão liberadas algumas reflexões, com a abordagem gradativa de aspectos nem tão em evidencia como mereceriam e que não estão merecendo da grande imprensa . A começar pelo mérito da justiça suiça ter permitido e aberto uma Caixa de Pandora sem revelar por tudo os segredos ali guardados.  Um saudoso cidadao brasileiro teria adorado acompanhar essas revelações: o nosso Sócrates! Citado em reportagem recente como um dos 5 jogadores de futebol pelo mundo que mais lutaram para denunciar a falta de democracia nos seus países e no futebol! Exigindo transparencia e ética! Decisoes da FIFA, recentes, apontam que essas vozes ganharam! 
Até amanhã, com o ínicio de nossa viagem tornada possivel pelas revelações que sacudiram o mundo do futebol. Sem atingir, aparentemente, todos que clamam serem mais branco que branco sem exigir que toda a claridade sobre o processo seja feita. Chega de encobrir fatos tão graves!
Boa leitura para quem gosta de política e de sua relação com as culturas (no plural) pois a FIFA é composta de uma multitude delas, sendo a entidade que mais nações agrega atualmente, tem passado da ONU. Ela sim, deve explicações mais transparentes. Sem saber a qual justiça ela tem que responder.

domingo, 29 de julho de 2012

A política de ontem e a de hoje



Uma amiga contou-me uma história que a mãe dela lhe contou e que a mãe da mãe dela contava. Um médico tinha um paciente que ia à sua clinica para tratar de uma ferida. O médico fazia o curativo e o paciente ia para casa e só voltava no dia seguinte para um novo curativo. Mas, um dia o médico precisou viajar e deixou em seu lugar seu filho que cursava medicina. Rapaz novo cheio de boas intenções, procurou fazer o melhor que sua futura profissão exigia. O paciente que tratava da ferida e ia todos os dias religiosamente á clinica do seu pai para fazer o tratamento chega e é atendido pelo jovem médico. O rapaz ao ver o furúnculo, resolve remover o parasita que se alojara na pele do paciente. O senhor está curado! Diz todo contente o futuro médico.

   O pai volta da viagem e o filho conta para o pai seu precioso feito.- Pai cuidei de um paciente que sofria com um simples berne! E ele saiu daqui todo feliz porque eu lhe disse que era um berne e era só extrair e pronto! Por tão pouco fiz uma alma feliz pai! E o pai roxo de raiva volta-se para o filho e diz: E agora seu desastrado quem é que vai pagar a sua faculdade! Precisamos urgentimente de médicos que ainda não estejam contaminados com a ganância do dinheiro fácil. Mas, como a saúde é um bem e beneficia-se dele quem tem dinheiro, vamos continuar penando em hospitais públicos ou privados.

    A história acima ilustra muito bem os candidatos a cargos públicos. Todo ano eleitoral é a mesma conversa fiada. Vamos lutar pela saúde! Pela melhoria de vida moradia e trabalho digno para todos! O transporte vai ser uma maravilha em meu governo! Funcionários públicos serão remunerados condignamente! Agora, atento leitor, responda-me sinceramente: Se todas essas mazelas fossem resolvidas, será que teria espaço para os demagogos? Confira, em sua memória mesmo, se os discursos de hoje não são iguais aos da eleição passada. A fome, a miséria, toda sorte de desafortunados, são os motivos para que ajam políticos safados e corruptos! O povo ao votar em seu candidato deve cobrar compromisso, não promessas!

Francisco Gonçalves de Oliveira

quinta-feira, 5 de julho de 2012

AUDIÊNCIA DE ELISEU GABRIEL SOBRE A RAPOSO TAVARES



Patrícia Yamamoto*

    Compartilhamos aqui um relato da audiência sobre a questão de mobilidade da Rodovia Raposo Tavares para quem não pôde estar presente, feito em conjunto com a Lúcia e o Bruno.
    A audiência pública, realizada na terça-feira, dia 19/06, na Câmara dos Vereadores do Município de São Paulo, promovida pelo vereador Eliseu Gabriel (PSB), contou com a exposição de técnicos de órgãos do poder público:
    - Companhia de Engenharia e Tráfego-CET, mencionou ajustes em semáforos e intervenções pontuais visando a fluidez;
    - São Paulo transportes - SPTrans, apresentou corredores de ônibus previstos e intervenções de competência da Companhia do Metrô: Corredores de ônibus Vila Sônia a Capão Redondo, Itapevi a estação Butantã, Monotrilho Linha 17 e Monotrilho sobre a Raposo, Terminal Rodoviário Vila Sônia (alteraram projeto para não haver desapropriações);
    - Departamento de Estradas e Rodagem-DER (falou principalmente sobre as adequações geométricas que o DER vem fazendo até o km 34 para reduzir o índice de acidentes, mão inglesa no KM 12,5 na rotatória rebaixada ao lado dos bombeiros, melhoria de todos os acessos, pontos de parada de ônibus, etc...);
    - e da sociedade civil organizada do Butantã: a Associação dos Moradores Amigos do Parque Previdência-AMAPAR, por meio do Sérgio Reze que realizou uma excelente explanação sobre a questão do automóvel e mercado imobiliário.
    Além destes, a presença de representantes de associações de Embu, Cotia e Granja Viana forneceu importantes depoimentos, propostas e queixas.

    Alargamento?

    Foi unânime o entendimento de que o alargamento das vias não é uma solução, pois atende e induz unicamente o uso do transporte individual por automóvel, e torna-se uma obra obsoleta em curto prazo. A promoção do uso individual de automóveis já demonstrou estar fadada ao fracasso além das incontáveis consequências ao meio ambiente e à saúde humana.
    Apontou-se a necessidade de melhor utilizar a infraestrutura viária já existente, privilegiando o transporte coletivo sobre trilhos em superfície, de média a alta capacidade, e oferecendo infraestrutura adequada para que as pessoas possam acessá-lo deixando seus veículos individuais, quando necessários, próximos aos locais de origem. Os estacionamentos em geral estão localizados de forma totalmente desarticulada aos terminais, desestimulando a troca de modal do automóvel para o transporte público.
    O Prof. Calazans citou a necessidade de haverem outras rotas, como por exemplo o acesso a Cotia por Osasco, aproveitando o percurso paralelo ao Rio Tietê, pois são alternativas aos veículos vindos de bairros da zona oeste que poderiam acessar as marginais desafogando a Raposo.
    Ficou evidenciada a necessidade de atender a mobilidade dos pedestres, de forma qualitativa e segura, nos diversos trechos de travessia para transpor a Raposo, bem como na chegada dos terminais de metrô.
    Além do que, a implantação de novos empreendimentos imobiliários é preocupante e não condizente com a capacidade da infraestrutura dos equipamentos públicos e de transporte disponíveis hoje para absorver a demanda já existente. Tal carência tem entregue ao mercado imobiliário, a título de melhorar o acesso dos moradores à infraestrutura, a construção de centros comerciais, shoppings, prédios residenciais, loteamentos e condomínios sem qualquer ordenamento urbano planejado para a melhoria da qualidade de vida da população.

    Avenida

    Tratando-se de uma via utilizada para deslocamento local, devido à quantidade de núcleos urbanos instalados ao seu redor, foi levantada a possibilidade de torná-la avenida ao invés de rodovia, devendo a revisão do Plano Diretor da Cidade viabilizar sua municipalização.
    A maioria dos questionamentos por parte da população não foi esclarecida devido à ausência quase que absoluta de diálogo entre os órgãos, e consequentemente da falta de conhecimento acerca do conjunto das intervenções propostas. A ausência da Companhia do Metrô na audiência, responsável pelos projetos do monotrilho e rodoviária na Vila Sônia, prejudicou o entendimento por parte da população.
    O vereador Celso Jatene, presente à audiência, propôs em sua fala final que nos próximos encontros haja representantes do Metrô, da EMTU, das empresas de ônibus e sobretudo da Secretaria Municipal de Habitação-SEHAB, que aprova condomínios residenciais ao longo da Raposo.

    Bombardier

    Tratando-se do descaso do poder público em discutir com a sociedade civil os planos e projetos que pretende executar, a representante do Movimento Defenda São Paulo, Lucila Lacreta, bem frisou que a população ali presente foi pega de surpresa, estarrecida, ao ter sido informada de que a SIURB elabora, a quatro paredes, o Programa de Mobilidade e Acessibilidade para São Paulo, com 15 grandes empreendimentos já sendo licitados. Apontou também o interesse político da instalação de monotrilho em vários segmentos da cidade: por compromissos com a empresa Bombardier, que está se instalando no Brasil no interior de São Paulo, em detrimento da alternativa realmente adequada que é a única que pode atender a demanda imensamente represada de transporte na cidade que são mais e mais linhas de Metrô. Precisamos de Metrô, precisamos de Metrô, precisamos de... Metrô!
    Assim, é imprescindível que o Poder Público Estadual trabalhe articulado aos municípios e sociedade civil, de forma a atender a demanda de mobilidade existente, o que não ocorrerá por meio de projetos pífios e carentes de critérios técnicos, tais como a implantação do Monotrilho e da ampliação das faixas de rodagem da Rodovia, e nem convidando a população a participar dos projetos em audiências públicas, no momento em que já foram finalizados.

    Fórum

    A proposta de criação de um Fórum, sugerida pelo representante da AMAPAR, Sérgio Reze, e de um e-grupo com o e-mail dos presentes para o amadurecimento do debate, foi encaminhada ao final e espera-se que não seja necessário um grande esforço conjunto das entidades para a boa sugestão não cair no vazio.
    O vereador Eliseu Gabriel encerrou a audiência solicitando que as associações procurem se articular e formulem questões objetivas, a fim de que sejam encaminhadas, pelo seu Gabinete, e respondidas nos próximos encontros, de modo a sensibilizar os órgãos envolvidos na solução dos problemas relacionados à Raposo Tavares.
    Foi falado da alternativa para solução da desarticulação de ações na Raposo e o fato de não podermos tratá-la como Rodovia, como se não tivessem bairros residenciais colados ao seu redor, e aproveitar o ano de revisão do Plano Diretor da Cidade, 2012, para propor a Municipalização da Raposo: Avenida Raposo Tavares, inclusive municipalizar até Cotia.
    Foi apontado ainda o fato inadmissível de não ter ainda sinal de pedestres na saída da Estação Butantâ, com trânsito ininterrupto de veículos, se a Prefeitura é que impõe condicionantes para adequar a circulação em projetos classificados como Pólos Geradores de Tráfego. Parece que para o Metrô isso não foi exigido. Uma pessoa da plenária acrescentou: e baias de desembarque para automóveis! O responsável pela SPTrans em sua fala final disse que vai averiguar essa situação.
    Sergio Reze, da AMAPAR, frente a uma solicitação de um pessoa da plenária, disse que um e-grupo vai ser montado com o e-mail dos presentes, para amadurecermos o debate.
    Poderia acrescentar-se ainda a necessidade urgente de se construir a passarela no km 11,2 (cruzamento com a Benjamin Mansur), independentemente da eliminação semafórica, que deve demorar a sair, devido às polêmicas que envolvem o projeto, como foi demonstrado. O fato é que para quem vem da região da Corifeu e deseja visitar o parque Previdência, ou vice-versa, a travessia é perigosíssima. O sinal trifásico é problemático, visto que é frequente o desrespeito de motoristas da Benjamin que viram à direita na Raposo com o sinal fechado.

    Estacionamento

    E, sobre o Metrô Butantã, há a necessidade também urgente de se fazer um estacionamento. Não é possível que se gastem os tubos, literalmente, para escavar e construir estações enormes, e essa escavação não inclua uma grande garagem. Se querem mesmo desestimular o uso do carro, que façam garagens nos lugares certos, onde ele será trocado por outro modal. Nossa cidade é invertida: estacionamentos na área central, caros e totalmente impermeáveis, grande estímulo ao carro; ausência completa de estacionamento nas estações de transporte público, grande desestímulo a esse transporte e novamente estímulo ao carro!

(*) Patrícia Yamamoto é integrante do Movimento Butantã-Pode

Edição de junho-julho de 2012 da Gazeta Cidadã:

Edição de agosto de 2012 da Gazeta Cidadã:

http://gazetacidada.atspace.cc/edi_65.htm


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