Organização Cultural de Defesa da Cidadania - Entidade Apartidária

segunda-feira, 18 de abril de 2011

OS DOZE DE REALENGO


São doze, como os doze apóstolos,


Já com Matias, sem um Judas.


Doze crianças estão mortas.


As doze agora estarão mudas.


*


O imitador de causas sujas,


Um vil devorador de telas,


Lesou o cérebro às escuras


E veio dar um fim a elas.


*


Mas suas almas permanecem


Agora e sempre, eternamente.


Doze faróis da luz de alerta


Do Criador em nossa mente.


*


Doze perfis de adolescentes


Perdem o corpo, em triste sina,


Mas não a alma, que hoje e sempre


Ao Rio e à América ilumina.


*


Luíza, Rafael, Karine,


Igor, Laryssa, Mariana,


Samira, e ainda Larissinha,


Mais Géssica, Bianca e Ana.


*


Eles residem doravante


No coração do povo todo,


Nos braços firmes de Abraão,


E o seu algoz desce no lodo.


*


São dez meninas, dois garotos,


Que não se foram deste mundo.


Apenas estarão envoltos


Em terno afeto, o mais profundo.


*

Poema de Cacildo Marques

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