' Nessa última reunião pudemos contar com dois testemunhos diretamente ligados à questão da saúde, tanto na região do Butantã como na saúde em geral em qualquer ponto de São Paulo.
' Aída traçou um quadro claro e alarmante onde a sua indignação pessoal achou respaldo nos demais presentes. E o Nilton, forte em sua vivência nessa área, reforçava com informações que vinham completar o quadro em questão.
' À OCDC, além de procurar somar suas forças às vozes que exigem posturas imediatas do Poder Público (Federal, Estadual e Municipal), cabe o papel de transformar essa indignação individual, encontrada inclusive ao redor de nós, nos restaurantes da região, por gente que concorda que é preciso impedir a implosão do sistema de saúde pública diante das graves ocorrências registradas nas diversas unidades de saúde, incluindo as hospitalares. É preciso que as demais entidades da região, que defendem o bem-estar social, venham clamar juntos, publicamente, pela defesa de uma mobilização capaz de salvar vidas e famílias que dependem da precária situação atual.
' O clamor público precisa incorporar essa indignação para transformá-la numa questão de vida ou morte, exigindo dos representantes dos eleitores, em todas as instâncias e câmaras representativas, que olhem de perto o que está realmente acontecendo e agir em consequência.
' É preciso que o Ministério Público fiscalize de perto fatos e denúncias graves, fazendo-se agente de fato da vigilância pelo bem-estar social, da saúde em particular. Ele tem os instrumentos para fiscalizar, exigir esclarecimentos e complemento de informações, estabelecer uma transparência necessária que permita o bom uso das verbas existentes ou o encaminhamento certo de verbas que nunca chegam ao destino certo. É estarrecedor o caso da falta de material de saúde e de higiene.
' O autor destas linhas não esquece a sua perplexidade e indignação, numa de suas hospitalizações, ao ver como garrafas de água eram transformadas em pinicos, toalhas de banho mendigadas, atendentes e pessoal de enfermagem assustados por cenas deprimentes (numa delas, um bêbado enfurecido, totalmente fora de si, derrubando a sua maca, levando junto as demais que estavam ao lado), que nos forçam a perguntar como é possível trabalhar deste jeito, exercer com eficiência uma atividade que lida com a vida e a morte o tempo todo.
' Roldão Soares, vice-presidente da OCDC, expressou a sua indignação pessoal ao ver como o HC praticava uma política dupla, misturando o público e o privado. Por que, questionava ele, o HC dá prioridade aos conveniados dispensados das longas filas e do tempo de espera ante os que chegam ali pelo SUS? Por que uns têm atendimento quase imediato e os outros, isto é, a maioria dos que chegavam ali, tinham de ter uma paciência de Jó? Afirmação amplamente confirmada, recentemente, por importantes jornais de SP, informando inclusive que o atendimento aos particulares ia receber mais atenção e mais recursos ainda. É tolerável esta situação onde cidadãos de um mesmo país, sujeitos à mesma Constituição, recebem tratamento diferenciado de acordo com o seu poder aquisitivo?
' Não vamos ficar indiferentes, omissos ou silenciosos diante de tal situação na saúde pública. A soma das indignações pode resultar num eco tão grande e importante ao ponto de obrigar os responsáveis por este caos a ouvir, olhar e interferir a favor da enorme maioria dos brasileiros que dependem da Saúde Pública.
' Um Brasil na fila do atendimento para mendigar o cumprimento de seus direitos constitucionais destoa escandalosamente desse outro Brasil onde fortunas fabulosas se fazem em poucos anos e onde uma dinheirama de valor desconhecido some todo ano sem que sejam resolvidas necessidades elementares de todos, uma delas a Boa Saúde.
' É preciso, o quanto antes, colocar a questão da Saúde Pública no seu devido plano de urgência urgentíssima, clamando os profissionais do setor a uma mobilização permanente e solidária com as comunidades locais que sofrem a falta total de condições adequadas para atender o seu público.
' Todos e todas têm, pelo menos, uma coisa em comum: a cidadania, que deve ser amplamente reconhecida, respeitada e dignificada! Isto é, atendentes e atendidos, na questão da Saúde, têm tudo a ganhar se o caos atual ceder a vez à eficiência, com o mútuo reconhecimento de que nada mudará se a indiferença continuar acobertando quadros que Aída, Nilton e Roldão, como tantos outros, descrevem ao falar da saúde tão mal gerenciada em todos os seus níveis!
Toufic Attar - Teo
Olá amigos votem em mim
ResponderExcluirpremio musique cazuza
http://musique.estadao.com.br/perfil,3815,1,Clovis-Ribeiro-de-Oliveira-Clovis-Ribeiro-Band
Abraços
CR