Organização Cultural de Defesa da Cidadania - Entidade Apartidária

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Silencio(s): Brasil, FMI, Diplomacia Internacional e Crise Económica


A Crise Econômica de 2008 realçou a estranha omissão de alguns organismos internacionais, o FMI notadamente, mais famoso que o Clube de Paris que tratam das finanças no Mundo ditando regras econômicas severas, dolorosas e impopulares, cegos, mudos, como que ignorando as conseqüências sociais.
Eles exigiam rigor extremado nas finanças de países como Brasil, Argentina e outros que enfrentavam graves crises internas. O Brasil serviu praticamente de escola com o FMI feroz nas exigências frente a uma Dívida Externa fabulosa. Durante o período conhecido como ditadura militar e posteriormente, com governos civis dirigindo o país, o FMI exigiu uma política de rigor e de contenção das despesas sociais. Não pouparam nem o Governo Collor quando fracassou um Plano Econômico visando controlar uma inflação galopante como foram implacáveis para conceder liberação de novos financiamentos, exigindo remessas milionárias em pagamento dos juros da dívida! Tiveram no Lula um arqui-inimigo nos tempos que esse pregava, publicamente, seu repúdio ao FMI e sua política de tirar do Brasil precioso dinheiro que fazia falta para reergue-lo sem as dramáticas fraturas sociais.  
Não ouviram então nem os governos nem clamores públicos  provenientes de situações críticas nas áreas estratégicas da habitação, da saúde, da educação e do crescimento expressivo da violência. Isto é na questão do bem-estar social.  
Apesar de certos governantes cantarem hoje avanços sociais expressivos, o país continua vivendo uma dupla realidade paralela: a dos extremamente ricos e a divisão de classes sociais em A, B, C, D e F.  Com a dificuldade de situar onde fica a classe B, e o que a diferencia da A onde  o  acumulo de fortunas cria AAA, e A! Pois afirmam que o Brasil da atualidade é um dos países onde mais proliferam novos milionários!
O tempo passou com muitos silêncios e muitas indignações diante da diplomacia internacional que parecia ignorar os problemas sociais e suas conseqüências. Mal imaginavam que isto levaria um dia às revoltas na Tunísia, Egito e outros países. Como levaria ao atual grande problema europeu: o que fazer ao ser invadida por milhares de desesperados fugindo de seus países tornados inseguros? Nos anos pós Guerra Mundial, havia empregos para todos. A capacidade interna do então Mercado Comum Europeu (hoje U.E) de suprir as necessidades do desenvolvimento econômico era insuficiente. Abriram as portas acolhendo mão-de-obra “barata”, inclusive na agricultura onde as colheitas eram feitas por enxames de trabalhadores vindo de todos os horizontes.
Assim, políticas passadas de omissão, de passividade ou até de colaboração em sustentar regimes antidemocráticos são diretamente responsáveis com a irrupção de novas crises, despertando os povos para novos tempos de democracia e liberdade.
 Estamos presenciando uma Europa que não sabe mais o que fazer diante de um fenômeno que exige resposta rápida: o que fazer agora?
A penúria dos empregos não é mais um problema europeu, norte-americano, de países democráticos ou de nações submetidas ao mando autoritário de algumas famílias.  Ela passou a ser um drama geral que exige da diplomacia mundial a revisão das políticas anteriores.
Como garantir tantos empregos indispensáveis ao set humano? Como lidar na área trabalhista com salários decentes e não com empregos desprovidos de um poder aquisitivo real, suficiente para assegurar dignidade e decência?
É a falta de poder aquisitivo que obriga o Estado a suprir aquilo que não pode ser pago normalmente por quem precisa de um serviço que representa uma questão de sobrevivência, de vida ou morte. Enquanto o Estado, e a sociedade civil, permitirem, sem reagir, que a qualidade de vida da população caia não obstante as riquezas nacionais, as conseqüências da indignação e das Crises abrem espaços para tempo de incertezas.
O problema é que, em países como o Brasil, a maioria absoluta da população precisa de serviços não prestados (ou mal) pelo Estado. Quem foge da Escola Pública e paga ensino privado (caro) faz isto por falta de opção. É natural querer o melhor pros filhos! Quem vive dramas da Saúde Pública e prefere não esperar por socorro gratuito vai pro sistema privado, pago, caro, nem sempre eficiente, recorrendo ao SUS finalmente. Esse acaba arcando com uma carga expressiva ao qual não foi preparado! São alguns exemplos de problemas conseqüentes de estranhos silêncios diante de opções políticas que se revelaram, ao longo do tempo, errôneas! 
Os problemas continuam agravados por novas crises. Internamente isto custa caro.
Lá fora, por enquanto, até 2013 dizem as notícias, passou a ser usada uma taxa de juros nunca sonhada num sistema brasileiro: 0%? Enquanto aqui discute-se, numa guerra silenciosa entre uns aos outros, se baixam meio ponto percentual os exorbitantes juros nacionais!
Por isto, faz toda a diferença ter democracia ou não. Quando a indignação popular repercute na estabilidade, na harmonia e na sustentação do sistema vigente, ela obriga os governos a agir de maneira rápida. Quanto à outra indignação, aquela acompanhada de indiferença, de tolerância aos escândalos oriundos de um mundo que vive nas sombras da atividade econômica e extrai dela bilhões de dólares que nunca mais são recuperados, ela é própria dos regimes que desconhecem as virtudes de uma verdadeira democracia onde o cidadão é um perigoso eleitor que precisa ser conquistado. O descontentamento do eleitorado provoca uma “alternância do poder” que acaba sendo saudável pois ela possibilita uma prestação de contas desconhecida nestes trópicos!  
No Brasil o comportamento dos partidos políticos virou anedótico e transformou a indignação, frente a cada escândalo que emerge, num condescendente e famoso ditado popular: “aqui tudo acaba em pizza!” Indigesta claro! Servindo paródias de pizza publicamente, no Congresso em particular, e por onde passam eleitos não necessariamente fichas-limpas!
Em suma, eis como a atitude do FMI em liberar empréstimos internacionais a países em desenvolvimento desprovidos de mecanismos de fiscalização e de acompanhamento do destino e uso dessas verbas, é, no mínimo, complacente com pessoas que usaram o abuso de autoridade para reinar e impor suas regras. O FMI e parceiros. agindo assim, aceitou financiar governos antidemocráticos, para não usar outro termo, que negam a transparência pública de seus gastos, toleram políticas que sustentam as desigualdades sociais, assegurando a impunidade e uma inacreditável tolerância por graves crimes que reinam ali em detrimento da decência e da dignidade humana.
Cedo ou tarde, questões que pareciam limitadas localmente acabam tomando proporções internacionais. São as vozes oriundas lá de fora que levam a pensar que o levante de hoje é contra práticas desses velhos tempos.
Aceitar patrocinar e sustentar sistemas antidemocráticos é favorecer fenômenos sociais tais esses que surgiram ao longo do Mediterrâneo nestes últimos meses.  Com os ventos carregando iras incontidas e soprando como quem quebrar um longo silencio que hospedava indignações coletivas. Essas vozes, ecoando no Brasil, parecem dizer: BASTA! ASSEZ! STOP!  Mudem a política!
Quando esses ecos vão quebrar o muro do silencio reinante aqui?
Teo
Até o próximo blog.....

domingo, 11 de setembro de 2011

O 11 de Setembro hoje




Faz dez anos hoje que ocorreu o maior atentado terrorista em solo americano. Não podemos negar que o fato não seja de suma importância, pois o mundo divide-se, hoje, em antes e depois do atentado. Estados Unidos, maior potência econômica e militar do mundo, sofre um atentado em pleno centro financeiro, o Word tree Center, país que era considerado até então, o mais seguro do mundo. O episódio mostrou que são tão vulneráveis o quanto qualquer pais do mundo, quando se trata de um ataque terrorista.
Em uma guerra oficial o inimigo é declarado, sabemos com quem e como nos defender, mas quando se trata de uma instituição terrorista, tudo é feito em absoluto sigilo. É uma forma de protesto não oficial utilizada contra o estado, mas o poder do estado é também uma forma de terrorismo e essa ainda pior, por que tem aparência de verdadeira. O terrorismo de estado ocorre quando ele se coloca como guardiã das normas em sociedade, procurando a equidade entre seus cidadãos. Como dificilmente consegue, gera ainda mais desigualdades sociais.
Embora o estado de direito deva combater o terrorismo, mesmo que ele possa trazer algum beneficio, como no caso do nazismo que possibilitou o conhecimento do limite da dor e nem por isso devemos defender o nazismo, temos que admitir que hoje não há mais um pais que se arrogue o direito de ditar regras aos outros. Os países, principalmente os Estados Unidos, devem rever seus conceito de democracias e deixar de impor a sua paz. Esse filme já vimos antes com a paz romana e não deu certo.
A pergunta é: A morte de Osama Bin Laden líder da Al Qaeda põe fim ao terrorismo? O povo americano poderá dormir em paz sem que tenha um pesadelo a cada avião que passar por suas cabeças? A pergunta tá mais que respondida é só ver como vive os americanos hoje, após o atentado terrorista. Respondendo a uma outra pergunta, você teria tranqüilidade em viajar aos Estados Unidos hoje, ou em qualquer outro dia? Se a resposta for sim, demonstra um medo ainda maior, pois só um louco viaja com segurança aos Estados Unidos. A democracia e o sonho americano deve se restringir aos seus problemas internos que são de grandes proporções e poderá afetar todo o mundo, se não forem resolvidos.
Em tempo: Temos que elogiar a capacidade do povo americano em transformar tragédias em show.

Francisco Gonçalves de Oliveira

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Crise Econômica 2008, revoltas e indignações:BUM!:



Revoltas, indignação e Crise Econômica de 2008: verdadeiro cocktail molotov que  não acabou de explodir de tudo ainda! Ressentimos seus efeitos até hoje e ninguém sabe dizer até quando!

Será essa Crise de 2008, cujas consequencias não acabaram ainda,  era tão imprevisível?  

Aparentemente, ao ter desfechos imprevisíveis e ter provocado intervenções estatais sem precedentes, ela merece um mergulho mais profundo nas suas águas opacas. 

Talvez ela fosse que nem um cameleão; ou mais resistente que o antigo dragão, da era do presidente Collor, que foi declarado morto ao receber a única bala que o caçador de marajás lhe desferiu então! Ressurgindo como para afirmar que ele era muito mais um Fênix que renasce das cinzas de que um cuspidor de fogo!

Fantasias à parte, é preciso saber rir de certas situações para não chorar de raiva ou...de indignação!

Quantos planos emergenciais foram deflagrados entre Estados-Unidos, U.E e Japão, com o governo chinês se vendo obrigado a tolerar e até cooperar com a sustentação do dólar? 

Do contrário, diante de conseqüências ainda mais graves ao não encarar com toda a seriedade a questão, anos de passagem gradual entre a austeridade da época comunista e a nova postura, poderiam levar a aventuras que ninguém desejava. Especuladores à parte, claro.

É preciso não esquecer que em poucos anos a passagem de um país totalmente fechado às economias do Ocidente, Estados-Unidos na frente, à uma nova mentalidade tanto na área interna como externa, a China Comunista acabou  ocupando  a vaga de segunda potencia mundial outrora detida pela União Soviética. 

Para ela a Queda do Muro de Berlim e de seu arqui-rival, a também comunista URSS, foi algo providencial! Ela soube tirar proveito do vazio consequente passando a ser um dos raros países que conseguiu manter, com mão de ferro, o seu caráter comunista, sem pestanejar em recorrer à concepção capitalista de conquistar mercados!

Conseguiu criar uma reserva em dólares excepcional, invejável, como para afirmar que em assuntos financeiros ter ideologias opostas, até rivais, não significava mais que interesses mútuos não pudessem ser encontrados e até desenvolvido em conjunto.

É isto que aconteceu aparentemente.

Basta ver a diferença de tratamento que a China dá para dois clientes diferentes: os Estados Unidos e Brasil. O cuidado de lidar com os primeiros é bem diferente da maneira que ignoraram os apelos do segundo de apoiar uma cadeira permanente na ONU!

Ao manter uma política dupla aliando um novo capitalismo dinâmico à tradicional austeridade em controlar tudo no país, a China está conseguindo passar do papel de mero fornecedor de produtos sem qualidade e de baixo custo (ver Tigres Asiáticos) à uma clara demonstração de que pleiteia se alçar ao papel  de ocupar espaços importantes na tecnologia de ponta, pronta a invadir mercados até agora reservados a um pequeno clube de fornecedores que dominam este setor. 
 .
Afirmar que a Crise Econômica de 2008 foi séria demais e só alguns governos se deram ao luxo de ignorar a potencialidade de sua carga explosiva torna a divagação sobre o assunto como algo bem provável. Muitos governos e estadistas de renome já caíram. Quantos cairão ainda.  Vejamos. Tenham paciência de me acompanhar nas divagações, nem tão absurdas assim afinal!

Será que foram analisados, publicamente, todos os aspectos trazidos á tona por posturas de intervenções estatais sem precedentes na história moderna em países capitalistas e democráticos que pregavam as virtudes do neo-liberalismo até então?

Foi preciso que os Estados-Unidos tivessem a coragem de rasgar o véu e mostrar a verdade crua e nua que se escondia atrás de um sistema financeiro que apareceu podre, corroído! Surgiu a nítida imagem de especuladores desprovidos de sensibilidade humana ao manter metas de enriquecimentos a qualquer custo. Com a cumplicidade, conivência ou omissão dos controladores que deviam preservar as virtudes do mundo capitalista!

Alguém consegue cifrar os danos tanto individuais como coletivos? 

Quantos sonhos, quantas famílias, nos Estados Unidos, na Europa e pelo mundo despencaram de bem alto, sem nenhuma estrutura pronta para socorrê-los?

Como explicar aos filhos desastres desta natureza? Culpa dos pais, das gerações de adultos que brincaram com as finanças do mundo? Culpar os governantes e setores econômicos vorazes demais, sem apontar omissões da própria sociedade civil que tolerou tais políticas, certa de lucros que a favoreciam também?

Mil explicações, mil facetas, muitos silêncios e pouca indignação coletiva demonstrada!

Nem toda verdade surgiu, claro! Muitas zonas de sombras, segredos e mistérios cercam a realidade.

Em cada país, cada sistema, era possível sentir diferentemente o maremoto financeiro!

No entanto, o que veio à superfície foi suficiente para provocar uma reação e uma mobilização em escala. 

Obrigando a U.E. e os Bancos Centrais dos países ricos, junto com organismos internacionais, como FMI e parceiros, a tomar medidas sem precedentes desde o nascimento do Euro! Esse tinha ocupado o espaço do confiável marco alemão que acabou cedendo a vez para a moeda única. Essa vinha tirar do dólar o privilégio de ser a única moeda, junto com o Ouro, a servir de refúgio seguro para altos investimentos, capaz de servir de moeda opcional para transações internacionais.

É preciso lembrar que a Europa estava renascendo das cinzas ao sair arrasada pelos conflitos da primeira metade do Século XX.

É forçoso admitir aqui que a versão brasileira que o país passou intacto diante dessa marola é bem fantasiosa!

Repercussões da primeira onda da Crise Econômica de 2008 no Brasil

Era evidente que tudo isto ia repercutir no comercio mundial e que a luta por mais exportação era dos poucos meios disponíveis para salvar empregos nacionais. Porém era período de eleições e os detentores do poder precisavam emplacar seu candidato. A oposição não soube (ou não quis) fazer do assunto uma das prioridades nacionais. A candidata foi eleita. Só agora, 3 anos depois quase, que há um reconhecimento da grave situação e uma aparente mobilização para enfrentar futuras tempestades.

Porém, é preciso registrar que no primeiro discurso oficial ela se referiu à guerra cambial! 

Portanto, a seriedade do assunto não era segredo para ninguém, nem para seu antecessor e principal (para não dizer único) cabo eleitoral.

Apenas a prudência e a decisão de ignorar a gravidade dos acontecimentos para o Brasil levaram a manter ares de que o Brasil tinha uma situação privilegiada. 
 
Abrindo parêntese, essa postura e o silencio da oposição que não soube explorar o assunto, sequer no debate dos dois candidatos finais, mantiveram essa explosiva questão em segundo plano.   Parece que havia um acordo mútuo entre situacionistas e oposição para não criar um pânico interno. Todo caso, o brasileiro continuou eufórico, mais preocupado em enaltecer o novo papel da classe C, ávida de consumismo a qualquer custo! Mesmo com os juros mais altos do mundo! Quanta indignação e quanto silencio sobre este assunto! Fechando parêntese.

Diante da Crise e das manifestações no Brasil, veio ao autor deste pensamento uma clara situação nova: quem ia continuar comprando bens brasileiros se lá fora ia ser necessário travar uma guerra comercial para mais vendas? 

Como vender mais sem baixar preços? 

Quem ia deixar de comprar um Jaguar ou um carro de primeira linha, em venda promocional, para adquirir um carro brasileiro bem inferior em termos de confronto, mas não necessariamente mais barato?

A necessidade dos Estados Unidos encararem, publicamente, as conseqüências de anos de tolerância ao ter apoiado (ou silenciado) progressos econômicos fenomenais sem a mínima preocupação social e sem fiscalizar, repetimos, quem se achava acima das leis, protegidos por cumplicidades e silêncios estranhos. 

Estranhos porque falharam as instancias que são supostas zelar pela saúde econômica do mundo moderno surgido após o desmoronamento do Império Soviético.  

Quem pode afirmar que as atuais revoltas no mundo Árabe contra dirigentes, até bem pouco tempo, prestigiados por seus povos e por líderes e empresários do mundo todo, dos mais democráticos aos mais tiranos?

Será que a política econômica que passou a vigorar no mundo não tem origem pelas opções impostas pelo neo-liberalismo? 

Esse saiu vitorioso e como intocável com o fim do conflito que originou a Guerra Fria: a luta mortal entre capitalismo e comunismo terminava com um capitalismo voraz, sem mais nada e ninguém para frear uma ânsia de lucros sem limites.

Na área internacional

Não foi a política de menosprezar a mão de obra humana ao ponto de criar concorrências desleais entre assalariados portadores de conquistas sociais e milhões de outros, que viviam em países onde a submissão aos governos locais era regra. O Ocidente, querendo estabelecer negócios com o Oriente, não teve a coragem de lutar por mais decência nas áreas trabalhistas desses países. Ali, a mão de obra local, barata e bem numerosa, tailandesa, chinesa, vietnamita, sul-coreana (com ditadura então) ou da Birmânia, ganhou um apelido que entrou na história: Tigres Asiáticos!

Quantos protestos houve no mundo contra famosas marcas do mundo do esporte que exploravam mão de obra humana sem a mínima sensibilidade com as condições de trabalho? 

Quantas cresceram ao ponto de adquirir um poder suficiente para fazer transações milionárias na área do futebol e outros esportes que atraiam uma publicidade que também não manifestou solidariedade humana nem com os desempregos provocados no Oeste nem com os novos empregados criados nessas nações transformadas em novas cadeias produtivas, com a China sabendo fazer prevalecer sua potencia e toda a sua habilidade política que a tornaria um parceiro incontornável da nova economia mundial. 

E ali ninguém pode ditar aos chineses regras de comportamento.

Tentaram, tentam, conscientes que a China não é o Irak e não é com a força militar que é possível dialogar com ela. Pelo contrário. Isto exige uma grande diplomacia e uma paciência digna da sabedoria milenar oriental! 

Ao ponto que a China, diante das tempestades que surgiram na Tunísia e incendiaram a região, tratou de controlar o acesso às notícias e qualquer comunicação que pudesse desestabilizar seu domínio total da situação. 

Assim, a intervenção americana, internamente, foi uma medida necessária, inadiável, talvez insuficiente pois ficou sem punir, ainda, os verdadeiros cérebros que se achavam no direito de garantir lucros a qualquer custo, sem nunca medir conseqüências, nem para o meio financeiro nem sociais.  Talvez a sua prioridade era evitar um pavoroso pânico cujas conseqüências ninguém pode descrever.

Como para alimentar as fantasias do que teria acontecido se essa intervenção tivesse tido outro caráter e outras diretrizes, vai uma pergunta no ar: 

O que teria acontecido se os bancos, o sistema financeiro e grandes empresas americanas, e até de outros países, não tivessem tido este socorro extraordinário, de não sei quantos trilhões de dólares, como aconteceu? 

Os bancos teriam falidos? E seus banqueiros e donos de  fortunas colossais, como ficariam?

Como seria a questão da mão de obra humana nas relações de trabalho quando achavam justo renumerar de maneira desproporcional altos executivos e os empregos de base?

Todo caso, a reação americana ao admitir a gravidade da situação, agindo em conseqüências antes mesmo de qualquer mobilização européia, foi um elemento novo anunciador de novas épocas!

No próximo blog veremos mais sobre estas questões que misturam revoltas, derrubada de velhos sistemas que pareciam ter vida eterna e as indignações que passaram a surgir aqui e lá. Permitindo pensar que existe espaço suficiente para transformar indignações individuais num movimento sem precedentes de uma indignação coletiva globalizada. Como se interesses diversos, misturando medos e ansiedades similares, poderiam ditar a necessidade de buscar novas políticas num mundo que nunca foi preparado para o tamanho da Crise Atual que pegou carona na de 2008 na área econômica e se transformou num enorme imbróglio social!
Teo Attar

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Novo aeroporto no Piaui: denuncias públicas graves!

Novas denúncias monstram como verbas destinadas á construção do novo aeroporto no PI, já foram liberadas e gastas antes mesmo de qualquer construção!
É um perfeito exemplo de mau uso e desvio de dinheiro público destinado à melhorias das infraestruturas.
Mais um caso onde a indignação cidadã.não pode mais silenciar. Como vai ficar?

Enquanto isto como está a situação social nesse Estado? Como estão as escolas públicas, a saúde, a construção de moradias decentes? Como está o retrato da dramática divisão social? Que vai acontecer agora que a denúncia é pública?

Há de tolerar isto mesmo qdo jornais e radios tornam público o assunto afirmando que o dinheiro sumiu dando nomes da construtora e do seu dono, um senador da república?

Parece que cada dia, todo dia, tem seu motivo de indignação!

Como podem dizer que tudo vai bem no país?

No entanto é importante que a quebra do silencio, que trouxe à público mais um escandalo, possa garantir que o caso não termine impune.  Para isto a opinião pública não pode permanecer indiferente.....Ela pode pressionar para que as autoridades responsáveis não sepultem o caso no buraco das causas perdidas, Como tantas que permitem que um país extremamente rico tenha uma desigualdade social extremamente grave!
Teo

sábado, 3 de setembro de 2011

indignação e silencio parte 2

Quebrando o silencio: a Crise Economica 2008 e as revoltas no mundo árabe eram uma questão de tempo.

Enquanto os ventos do deserto carregavam seu peso em surpresas, eles provocaram pelo mundo inúmeras reações e muitas divagações (projeções) sobre o futuro.

Ventos vindos lá dos confins dos desertos africanos estão soprando elementos novos capazes de sacudir anos de letargia política e de silencio imposto pela força, repressão e compra de cumplicidades que permitiram, até então, o domínio absoluto sobre diversos países e regiões, eternizando, durante décadas, o mando de algumas pessoas ou famílias, de alguns países até, sobre o destino de seus povos, e outros povos também, com conseqüências diretas e indiretas na vida de todos, mesmo os que vivem longe dessas realidades e acontecimentos.

Há apenas poucas décadas, outros ventos, vindo do Leste Europeu, tinham derrubado o Muro de Berlim que simbolizou o desmoronamento do império soviético comunista e um dos lados que sustentava a Guerra Fria.

De fato, a Queda do Muro de Berlim e o desmoronamento do império comunista soviético, em 1989, com todas as suas conseqüências sobre a realidade geopolítica euro asiática, mudaram os rumos da história pós Segunda-Guerra Mundial.

Como não ligar essa “débâcle” do comunismo deixando o seu arquiinimigo, o capitalismo, sem adversário á altura, pois a China ainda não era o que é hoje no cenário mundial? De quantos silencios e indignações o mundo moderno foi brindado desde então?

A passagem rápida de ex-economias comunistas ao campo capitalista, chamado por muitos de campo da liberdade e da democracia, encorajou os adeptos de “tudo economia, dane-se o social”, a agir livremente, sem freios nem limites a sua voracidade por mais lucros a qualquer custo.

As conseqüências dessa política ditada pelo FMI e pelo Clube de Paris, entre outros, até agora não foram medidas ao seu justo valor. Muito silencio pesa ainda sobre opesodesses organismos e quem os sustenta sobre "o estado do mundo" consequente.

Há uma resistência de admitir que negar a importância do bem-estar social em toda política democrática foi um dos graves erros do sistema que seguia seguindo orientações de garantir os lucros, a qualquer custo, de operações financeiras que revelaram ao mundo, escandalos financeiros tipo Madoff que acaba de afirmar que o mundo das finanças está cheio de gente....

O mundo ficou estarrecido após o desencadear da Crise. Aspectos sinistros que deveriam levar muita gente para cadeia emergiram aodomíniopúblico, com muitos segredos, muito silencio sobre a cruel verdade escondida ainda e que virão à tona cedo ou tarde mostrando os verdadeiros responsáveis pelos desastres consequentes à essa Crise.

Infelizmente, mal se sabe quanto dessa gente foi socorrida com intervenções bilionárias do Banco Central Americano, do Banco Central Europeu e do FMI. Justo esse famigerado FMI que exigia do Brasil remessas de juros astronômicas, ignorando a situação de caos social e de divisão do país em classes A, B, C, D e E, e até F!

As tradicionais classes sociais A/B/C foram acrescidos pelo menos dois subsolos! Não é de se indignar? Quanto silencio sobre um longo periodo da história nacional e das fantásticas somas remetidas não obstante a cruel realidade local (e sulamericana em geral).

Todo caso, o FMI e os seus enviados ao Brasil foram surdos diante do sofrimento de milhões de pessoas entre Brasil, Argentina e outros! Parece que a sua arrogância não previa o surgimento da Crise Econômica de 2008!

Essa Crise pegou de surpresa o mundo com o estouro, nos USA primeiro, seguido por conseqüências na Europa e no mundo todo, do sistema bancário tal como era conhecido: livre de agir sem fiscalização, sem responsabilidades públicas, sem qualquer critério de humanização, na busca de lucros a qualquer custo. Os organismos supostos exercer vigilância para evitar colapsos graves do mercado mundial falharam na sua função de brecar uma política perigosa que levava a desintegração dos empregos locais, em países catalogados como democráticos (por existir a liberdade+liberdade de informação) e uma Justiça independente (supostamente).. Eles foram obrigados a encarar a concorrência deslocalizada diante da escolha de suas próprias empresas: elas começaram a aplicar a política da terceirização, buscando em países asiáticos ou “sem proteção social” uma alternativa para cortar gastos, com a mão de obra humana sobretudo.....despejando milhares de pessoas no mundo do desemprego ou nas folhas da Assistência Social (onde ela existe, claro) ....

Quem se preocupou quando “bons administradores” cortavam os gastos com empregos enquanto mantinham recompensas altíssimas, milionárias, ao quadro de super-diretores? Quantos foram recompensados mesmo com resultados financeiros que revelavam situações negativas ou balancetes manipulados, falsos?

A nova onda das empresas eficientes passou a ser essa: demitir em casa e dar trabalho lá ao longe; na China. Sudeste Asiático ou onde não havia critérios de proteção ao assalariado nem salários decentes. E demitiram em massa recorrendo aos empregos escravagistas em países que não respeitam o valor da mão de obra humana. Deu no que deu.

A surpresa foi o estouro da bolha imobiliária americana e todas as revelações que vieram à público desde então. Mostrando como gente sem escrupulosos “brincou” com a economia mundial e com a prosperidade ocidental!

Assim, o neoliberalismo, que o autor destas linhas não consegue distinguir de um capitalismo selvagem, tão conhecido na história moderna brasileira (anos 70), passou a ignorar a importância do elemento humano, tão à moda nas democracias modernas: a garantia do bem-estar social. O mundo parecia esquecer rapidamente velhos fantasmas do passado.

Políticas que ofereciam vantagens sociais e tinham se transformado em alguns países como França e Itália em conquistas sociais, virtudes da democracia moderna diante da ameaça comunista, passaram a ser vistas como inimigas, até absurdas no contexto internacional. Enquanto o absurdo era aceitar a nova ordem:que consiste em pagar o menos possível pelosalário, gerando graves denuncias das condições de trabalho nessas novas usinas mundiais que empregavam mão de obra humana descartável. e na maoria dirigidos por sistemas que ignoram a democracia como modelo político ideal. Em muitos destes países protestar equivale a um suicidio, uma sentença de morte. Em nome da ordem economica "liberdade total ao capital" silenciaram sobre a realidade das condições humanas e de trabalho nesses paraísos da tercerização a baixo custo!

Uma espiral vertiginosa sinalizava perigos econômicos à vista sem que as nações que compõem o famoso G-8 tivessem a coragem e a competência de enxergar que o verdadeiro perigo estava nessa cegueira voluntária: continuando as coisas assim, sem controle nem limites a voracidade dos bancos, investidores e especuladores, a política do lucro a qualquer custo ia se deparar com o fato de que no mundo de hoje, diferentemente da época da 2a Guerra Mundial, todos os limites geográficos estão saturados (menos o espaçoe o mundo subaquático) e fechados a imigração em massa.

Quanto silencio em torno desse passado recente, quanta indignação resultante ao ver que duas guerras mundiais e uma guerra fria (de mais de 1/2 século) não foram suficientes para ensinar o respeito à dignidade humana, onde fôr que seja!!

Até proximo blog...

Teo

O espaço está aberto para acolher testemunhos sobre indignação na área da saúde pública, educação, transporte público e desperdício de dinheiro público no Brasil..... A quebra do silencio ao serviço da cidadania digna e respeitada.