Organização Cultural de Defesa da Cidadania - Entidade Apartidária

sábado, 3 de setembro de 2011

indignação e silencio parte 2

Quebrando o silencio: a Crise Economica 2008 e as revoltas no mundo árabe eram uma questão de tempo.

Enquanto os ventos do deserto carregavam seu peso em surpresas, eles provocaram pelo mundo inúmeras reações e muitas divagações (projeções) sobre o futuro.

Ventos vindos lá dos confins dos desertos africanos estão soprando elementos novos capazes de sacudir anos de letargia política e de silencio imposto pela força, repressão e compra de cumplicidades que permitiram, até então, o domínio absoluto sobre diversos países e regiões, eternizando, durante décadas, o mando de algumas pessoas ou famílias, de alguns países até, sobre o destino de seus povos, e outros povos também, com conseqüências diretas e indiretas na vida de todos, mesmo os que vivem longe dessas realidades e acontecimentos.

Há apenas poucas décadas, outros ventos, vindo do Leste Europeu, tinham derrubado o Muro de Berlim que simbolizou o desmoronamento do império soviético comunista e um dos lados que sustentava a Guerra Fria.

De fato, a Queda do Muro de Berlim e o desmoronamento do império comunista soviético, em 1989, com todas as suas conseqüências sobre a realidade geopolítica euro asiática, mudaram os rumos da história pós Segunda-Guerra Mundial.

Como não ligar essa “débâcle” do comunismo deixando o seu arquiinimigo, o capitalismo, sem adversário á altura, pois a China ainda não era o que é hoje no cenário mundial? De quantos silencios e indignações o mundo moderno foi brindado desde então?

A passagem rápida de ex-economias comunistas ao campo capitalista, chamado por muitos de campo da liberdade e da democracia, encorajou os adeptos de “tudo economia, dane-se o social”, a agir livremente, sem freios nem limites a sua voracidade por mais lucros a qualquer custo.

As conseqüências dessa política ditada pelo FMI e pelo Clube de Paris, entre outros, até agora não foram medidas ao seu justo valor. Muito silencio pesa ainda sobre opesodesses organismos e quem os sustenta sobre "o estado do mundo" consequente.

Há uma resistência de admitir que negar a importância do bem-estar social em toda política democrática foi um dos graves erros do sistema que seguia seguindo orientações de garantir os lucros, a qualquer custo, de operações financeiras que revelaram ao mundo, escandalos financeiros tipo Madoff que acaba de afirmar que o mundo das finanças está cheio de gente....

O mundo ficou estarrecido após o desencadear da Crise. Aspectos sinistros que deveriam levar muita gente para cadeia emergiram aodomíniopúblico, com muitos segredos, muito silencio sobre a cruel verdade escondida ainda e que virão à tona cedo ou tarde mostrando os verdadeiros responsáveis pelos desastres consequentes à essa Crise.

Infelizmente, mal se sabe quanto dessa gente foi socorrida com intervenções bilionárias do Banco Central Americano, do Banco Central Europeu e do FMI. Justo esse famigerado FMI que exigia do Brasil remessas de juros astronômicas, ignorando a situação de caos social e de divisão do país em classes A, B, C, D e E, e até F!

As tradicionais classes sociais A/B/C foram acrescidos pelo menos dois subsolos! Não é de se indignar? Quanto silencio sobre um longo periodo da história nacional e das fantásticas somas remetidas não obstante a cruel realidade local (e sulamericana em geral).

Todo caso, o FMI e os seus enviados ao Brasil foram surdos diante do sofrimento de milhões de pessoas entre Brasil, Argentina e outros! Parece que a sua arrogância não previa o surgimento da Crise Econômica de 2008!

Essa Crise pegou de surpresa o mundo com o estouro, nos USA primeiro, seguido por conseqüências na Europa e no mundo todo, do sistema bancário tal como era conhecido: livre de agir sem fiscalização, sem responsabilidades públicas, sem qualquer critério de humanização, na busca de lucros a qualquer custo. Os organismos supostos exercer vigilância para evitar colapsos graves do mercado mundial falharam na sua função de brecar uma política perigosa que levava a desintegração dos empregos locais, em países catalogados como democráticos (por existir a liberdade+liberdade de informação) e uma Justiça independente (supostamente).. Eles foram obrigados a encarar a concorrência deslocalizada diante da escolha de suas próprias empresas: elas começaram a aplicar a política da terceirização, buscando em países asiáticos ou “sem proteção social” uma alternativa para cortar gastos, com a mão de obra humana sobretudo.....despejando milhares de pessoas no mundo do desemprego ou nas folhas da Assistência Social (onde ela existe, claro) ....

Quem se preocupou quando “bons administradores” cortavam os gastos com empregos enquanto mantinham recompensas altíssimas, milionárias, ao quadro de super-diretores? Quantos foram recompensados mesmo com resultados financeiros que revelavam situações negativas ou balancetes manipulados, falsos?

A nova onda das empresas eficientes passou a ser essa: demitir em casa e dar trabalho lá ao longe; na China. Sudeste Asiático ou onde não havia critérios de proteção ao assalariado nem salários decentes. E demitiram em massa recorrendo aos empregos escravagistas em países que não respeitam o valor da mão de obra humana. Deu no que deu.

A surpresa foi o estouro da bolha imobiliária americana e todas as revelações que vieram à público desde então. Mostrando como gente sem escrupulosos “brincou” com a economia mundial e com a prosperidade ocidental!

Assim, o neoliberalismo, que o autor destas linhas não consegue distinguir de um capitalismo selvagem, tão conhecido na história moderna brasileira (anos 70), passou a ignorar a importância do elemento humano, tão à moda nas democracias modernas: a garantia do bem-estar social. O mundo parecia esquecer rapidamente velhos fantasmas do passado.

Políticas que ofereciam vantagens sociais e tinham se transformado em alguns países como França e Itália em conquistas sociais, virtudes da democracia moderna diante da ameaça comunista, passaram a ser vistas como inimigas, até absurdas no contexto internacional. Enquanto o absurdo era aceitar a nova ordem:que consiste em pagar o menos possível pelosalário, gerando graves denuncias das condições de trabalho nessas novas usinas mundiais que empregavam mão de obra humana descartável. e na maoria dirigidos por sistemas que ignoram a democracia como modelo político ideal. Em muitos destes países protestar equivale a um suicidio, uma sentença de morte. Em nome da ordem economica "liberdade total ao capital" silenciaram sobre a realidade das condições humanas e de trabalho nesses paraísos da tercerização a baixo custo!

Uma espiral vertiginosa sinalizava perigos econômicos à vista sem que as nações que compõem o famoso G-8 tivessem a coragem e a competência de enxergar que o verdadeiro perigo estava nessa cegueira voluntária: continuando as coisas assim, sem controle nem limites a voracidade dos bancos, investidores e especuladores, a política do lucro a qualquer custo ia se deparar com o fato de que no mundo de hoje, diferentemente da época da 2a Guerra Mundial, todos os limites geográficos estão saturados (menos o espaçoe o mundo subaquático) e fechados a imigração em massa.

Quanto silencio em torno desse passado recente, quanta indignação resultante ao ver que duas guerras mundiais e uma guerra fria (de mais de 1/2 século) não foram suficientes para ensinar o respeito à dignidade humana, onde fôr que seja!!

Até proximo blog...

Teo

O espaço está aberto para acolher testemunhos sobre indignação na área da saúde pública, educação, transporte público e desperdício de dinheiro público no Brasil..... A quebra do silencio ao serviço da cidadania digna e respeitada.

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