Organização Cultural de Defesa da Cidadania - Entidade Apartidária

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Indignação Vista do Brasil. O Caminhar da História

As reflexões a respeito da indignação e dos levantes da assim chamada Primavera Árabe, visavam situar primeiro alguns acontecimentos no cenário mundial que tiveram alguma relação com a atual expressão da indignação coletiva, tal como foi clamada na Espanha, em Israel e outros países onde o clamor público exige uma política de Estado que inclui o fator social no centro de suas preocupações e não como elemento secundário. O recado é simples: a renumeração do capital, investidores e, principalmente, especuladoresnãopode ser adquirido ao custo do abandono de uma política de proteção social!

É preciso relacionar alguns acontecimentos, longínquo um do outro, mas totalmente conseqüentes ao olharmos a História com uma retrospectiva nem tão distante assim.

Temos antes de mais nada o cenário mundial herdado da Segundo Guerra Mundial com dois gigantes disputando as sobras do banquete: Estados-Unidos e URSS (União Soviética)! Os primeiros não tiveram outra saída senão tomar medidas capazes de reconstruir seus aliados do Ocidente, com novos aliados incondicionais que precisavam recuperar a estima nacional: a Alemanha e o Japão, Todos os esforços foram feitos para mostrar para as populações desses países, França, Itália, Holanda e outros, a superioridade do sistema capitalista e, sobretudo, as vantagens da democracia.

Do outro lado, a URSS fez de tudo para ocupar espaços vazios ou disputar simpatias regionais singulares. Eles fincaram pé no Egito, por exemplo, construindo a Barragem de Assuã e suprindo-o de armas para sustentar a guerra contra Israel. Com a derrubada do Rei do Iraque e novo regime, “Popular Democrático”, republicano, tomado via Golpe de Estado por forças locais, fincaram os pés por lá como o fizeram na Síria onde acabou reinando um presidente que tomou o poder e ficou lá até morrer, legando a sucessão para seu filho, como se fosse monarquia a absoluta: Hafez El Assad, aliado regional incondicional e protegido dos soviéticos. Até o desmantelamento do Império Soviético Comunista. É de notar que nesses países, no Egito particularmente, o próprio PC egípcio era banido e seus adeptos perseguidos. A diplomacia americana conseguiu reverter a hostilidade do Egito daquela época, na era de Anwar-e-Sadat. Esse, num gesto espetacular, tão surpreendente como os levantes de hoje na Tunísia, expulsou a presença soviética, fechando os portos egípcios para sua armada. Recebendo uma boa recompensa em contrapartida dada pelos USA que passaram a tê-lo como aliado, estabelecendouma inesperada paz com Israel! O Mediterrâneo se fechava de novo diante de uma antiga obsessão e diplomacia soviética: ultrapassar o Canal de Bosfore (Turquia) e marcar presença em águas dominadas pela armada americana.

Foi o período da Guerra Fria quando todos os lances, mais desprovidos de escrúpulos sejam, foram usados nesta disputa por hegemonia mundial. O mundo moderno pagou caro essa política e não cessa de pagar até hoje! Apesar do inegável conforto que surgiu: a Guerra Fria gerou conseqüências em todas as áreas, especialmente nas áreas de pesquisa de ponta e da inesperada corrida espacial. O mundo assistia de boca-aberta, inclusive os principais países europeus democráticos, que estavam a anos-luz de poder competir com a superioridade americana..Ao mesmo tempo que eles temiam a formidável máquina de guerra que a URSS demonstrava claramente, fazendo pairar uma ameaça permanente sobre "o mundo livre"! O esforço e opoderio americano gerou até um livro famoso de Jean Jacques Servan Schreiber, "O Desafio Americano" que mostrava o dinamismo da economia americana na Europa sobretudo, fator determinante de progresso e conforto do bloco Ocidental.

Vieram depois dois momentos determinantes da História Moderna: a Queda do Muro de Berlim e a Crise Economica de 2008! Assuntos do próximo blog quando veremos também como funciona a indignação no Brasil!

Ao leitor pergunto: qual relação há entre o gaulês Obelix e a indignação modelo verde/amarela?

É anedótico, mas é preciso guardar o senso de humor diante de tanta indignação contida! Até breve.....Teo

Um comentário:

  1. Téo

    A relação entre o gaulês e obelix eu não sei, mas entre toda essa luta dos americanos em mostrar sua superioridade e a crise de 2008 eu sei: "A pré falência Norte Americana."
    Acertei?

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